A qualidade de vida para pacientes com câncer de mama envolve múltiplas dimensões: física, emocional, social e espiritual.
Físico:
• Os tratamentos podem causar fadiga, dor, linfedema, menopausa precoce, problemas de fertilidade e alterações no peso.
Emocional:
• O diagnóstico pode levar à ansiedade, depressão, medo da recorrência e mudanças na autoimagem. Apoio psicológico é essencial, através de terapias e grupos de apoio.
Social:
• O câncer pode afetar a capacidade de trabalho, atividades diárias e relacionamentos. O suporte de amigos, familiares e grupos especializados é importante para enfrentar essas mudanças.
Espiritual:
• A espiritualidade pode oferecer conforto e significado durante o tratamento. Explorar crenças espirituais pode ser uma fonte de força e apoio.
É importante que as pacientes com câncer de mama tenham acesso a uma abordagem de tratamento multidisciplinar que aborde todas essas dimensões, visando não apenas a cura da doença, mas também a melhoria da qualidade de vida durante e após o tratamento.
A consulta regular ao mastologista é essencial para prevenção e detecção precoce do câncer de mamas. Além disso, adotar hábitos de vida saudáveis podem ajudar a reduzir o risco da doença ou em sua detecção precoce.
Práticas Saudáveis:
• Alimentação: Dieta rica em frutas, vegetais e proteínas magras.
• Exercícios: Atividade física regular.
• Controle do Peso: Manter um peso saudável.
• Álcool e Tabaco: Reduzir ou evitar o consumo.
• Exposição Química: Limitar contato com produtos químicos nocivos.
• Para orientações específicas, sempre consulte um médico.
A prática regular de atividade física é crucial para a prevenção do câncer de mama e pode reduzir significativamente o risco de desenvolvimento da doença. Estudos indicam que mulheres ativas têm um risco menor de câncer de mama em comparação com as sedentárias.
• 150 minutos/semana de atividade física de intensidade moderada.
• 75 minutos/semana de atividade física de intensidade vigorosa.
Essas atividades podem ser divididas em sessões de 30 minutos ou mais.
• Leve: mínimo esforço, pequena elevação na respiração e batimentos cardíacos (esforço percebido: 1-4/10).
Exemplo: caminhada leve.
• Moderada: maior esforço, respiração acelerada, batimentos cardíacos aumentados (esforço percebido: 5-6/10).
Exemplo: caminhada rápida, ciclismo.
• Vigorosa: grande esforço, respiração muito rápida, batimentos cardíacos muito elevados (esforço percebido: 7-8/10).
Exemplo: corrida, natação de competição.
• Redução dos níveis de estrogênio: menor promoção do crescimento de células cancerígenas.
• Aumento de substâncias protetoras: melhora dos níveis de substâncias que ajudam a proteger contra o câncer de mama.
• Redução da inflamação: menor risco de inflamação, que é um fator para o câncer.
• Manutenção do peso saudável: controle da obesidade, um fator de risco para o câncer de mama.
Uma alimentação equilibrada para a redução do risco de desenvolver câncer de mama ou para reduzir o risco de reincidência deve garantir uma proporção adequada de macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras) e micronutrientes (vitaminas e minerais).
Dietas normocalóricas e nutritivas são recomendadas para a prevenção do câncer. Na sociedade ocidental moderna, muitas dietas são hipercalóricas, baseadas em alimentos processados e pobres em nutrientes essenciais, contribuindo para o aumento da incidência de vários tipos de câncer. Uma variedade rica em nutrientes é possível através do consumo de alimentos naturais e diversificados em cores.
Proporção de macronutrientes para uma dieta equilibrada:
• Carboidratos: 45% a 65%
• Gorduras: 30% a 35%
• Proteínas: 15% a 20%
Os carboidratos são a principal fonte de energia e são encontrados em alimentos como grãos, frutas, legumes, laticínios e produtos açucarados. Existem diferentes tipos de carboidratos:
Carboidratos simples
• Compostos por uma ou duas moléculas de açúcar.
• Encontrados em frutas, mel, doces e refrigerantes.
• Rápida digestão e absorção, levando a picos rápidos nos níveis de glicose no sangue.
Consumo excessivo de carboidratos simples pode aumentar os níveis de insulina no sangue, associado a um maior risco de câncer devido ao estímulo do crescimento celular e redução da apoptose. Exemplos incluem refrigerantes, doces, pães e massas refinadas, arroz branco e mel.
Carboidratos Complexos
• Compostos por cadeias mais longas de moléculas de açúcar.
• Encontrados em alimentos como pães, massas, arroz, cereais, batatas e legumes.
• Fornecem energia de forma gradual e sustentada, com menor impacto nos níveis de insulina no sangue.
• Exemplos incluem arroz integral, massas integrais, pão integral, cereais integrais, batata-doce, legumes e grãos, aveia e milho.
As proteínas são essenciais para o crescimento, formação de músculos, reparação de tecidos, função imunológica, produção de enzimas e hormônios, e transporte de nutrientes e oxigênio. Elas podem ser de origem animal (carne, peixe, frango, ovos, laticínios) ou vegetal (feijões, lentilhas, grão-de-bico, tofu, quinoa).
Recomendação diária:
• Geral: 0,8 g/kg/dia
• Pacientes com câncer: 1 a 1,2 g/kg/dia
• Limitar o consumo de carne vermelha e processada pode ajudar a reduzir o risco de câncer. Exemplos de carne vermelha incluem bife, costelas de porco, filé de cordeiro.
Exemplos de carnes processadas incluem bacon, linguiça, presunto, salsicha, salame.
Micronutrientes incluem vitaminas e minerais, essenciais em pequenas quantidades para o bom funcionamento do organismo.
Eles são encontrados em:
• Frutas e vegetais: Vitaminas A, C, e outros micronutrientes.
• Grãos Integrais: Vitaminas do complexo B, ferro, magnésio.
• Leguminosas: Folato, ferro, magnésio, potássio.
• Laticínios: Cálcio, vitamina D.
• Carnes Magras e Peixes: Ferro, zinco, selênio.
• Oleaginosas e Sementes: Vitaminas do complexo B, vitamina E, magnésio, zinco.
• Óleos Vegetais: Ácidos graxos essenciais, vitamina E.
Recomenda-se o consumo de 400 gramas de frutas por dia, divididas ao longo do dia em refeições e lanches. Incorporar uma variedade de frutas e legumes na dieta ajuda a garantir a ingestão adequada de micronutrientes essenciais para a saúde.
Essas diretrizes e informações visam garantir uma nutrição ótima, fornecendo os nutrientes necessários para promover a saúde e auxiliar no tratamento do câncer. Uma dieta equilibrada, combinada com outros aspectos de um estilo de vida saudável, desempenha um papel significativo na melhoria da qualidade de vida e no bem-estar geral, especialmente em pacientes enfrentando desafios de saúde como o câncer.
Os sintomas de dor muscular, óssea e articular em pacientes com câncer de mama submetidos à hormonioterapia são comuns e podem ser explicados por motivos como efeitos da hormonioterapia, envelhecimento e menopausa.
Estratégias de Manejo
Atividade Física
• Exercícios regulares, incluindo atividades de fortalecimento muscular e alongamento, podem ajudar a aliviar a dor e a manter a saúde óssea.
Fisioterapia
• Fisioterapia específica, como a prática de Pilates, pode ser recomendada para aliviar a dor e melhorar a função física.
Suplementação de Cálcio e Vitamina D
• Estes suplementos podem ajudar a manter a saúde óssea, especialmente em pacientes com risco de osteoporose.
Medicamentos para Dor
• Analgésicos podem ser prescritos para gerenciar a dor. É importante usar esses medicamentos sob orientação médica para evitar efeitos colaterais.
Terapias Complementares
• Acupuntura, massagem terapêutica e técnicas de relaxamento podem ajudar a aliviar a dor e o desconforto.
Avaliação Médica Regular
• Acompanhamento com o oncologista, mastologista e possivelmente um reumatologista pode ser necessário para monitorar a saúde óssea e ajustar o tratamento conforme necessário.
Educação do Paciente
• Informar os pacientes sobre os possíveis efeitos colaterais da hormonioterapia e como gerenciá-los pode ajudar a melhorar a qualidade de vida e a aderência ao tratamento.
É fundamental que qualquer estratégia de manejo seja discutida e personalizada com base nas necessidades individuais do paciente e sob a orientação de uma equipe médica.
Linfedema é o acúmulo anormal de fluido nos tecidos devido a um bloqueio no sistema linfático, comum após tratamentos de câncer de mama que envolvem a remoção ou dano aos linfonodos.
Linfa é o fluido que transporta células imunológicas e nutrientes e sistema linfático inclui vasos linfáticos e linfonodos, que filtram a linfa e ajudam na imunidade.
Fatores de Risco
• Grau de comprometimento axilar pelo câncer.
• Radioterapia nos gânglios axilares.
• Infecções após a cirurgia.
• Sobrepeso ou obesidade.
Frequência
• Menos de 5% das mulheres que fazem biópsia do linfonodo sentinela desenvolvem linfedema.
• 20-30% das que fazem dissecção axilar desenvolvem linfedema.
Tratamento
• Drenagem linfática manual: massagem para mover o fluido.
• Cuidados com a pele: prevenir infecções.
• Exercícios físicos: melhorar o fluxo linfático.
• Malhas de compressão: reduzir o inchaço.
• Elevação da área afetada: durante repouso.
• Dieta e hidratação: manter um bom fluxo de fluidos.
• Evitar calor excessivo e roupas apertadas: prevenir o aumento do inchaço.
Prevenção
• Tratar infecções imediatamente.
• Usar luvas em trabalhos manuais.
• Manter a pele limpa e hidratada.
• Evitar queimaduras solares e calor excessivo.
• Usar repelente de insetos.
• Evitar lesões no braço em risco.
Neuropatia periférica é uma condição caracterizada por danos aos nervos periféricos, que transmitem informações entre o cérebro, a medula espinhal e o resto do corpo. No câncer de mama, esse problema geralmente é causado pela quimioterapia, afetando principalmente as palmas das mãos e as plantas dos pés.
Fatores de Risco:
• Doenças preexistentes (diabetes, doenças renais, alcoolismo, deficiências vitamínicas).
• Histórico familiar de neuropatia.
• Idade avançada.
• Estilo de vida (fumo, álcool).
• Condições imunológicas/infecciosas (HIV, hepatite C).
• Uso prolongado de certos medicamentos.
Sintomas:
• Dormência, formigamento, dor.
• Fraqueza muscular.
• Alterações na sensibilidade ao calor e ao frio.
• Problemas de equilíbrio e coordenação.
A fadiga relacionada ao câncer de mama é uma exaustão persistente que não é aliviada por sono ou repouso, afetando significativamente a vida dos pacientes. Esta fadiga pode durar meses após o tratamento e varia de leve a incapacitante, dificultando atividades diárias. As causas incluem tratamentos como quimioterapia, radioterapia e cirurgia, além de fatores emocionais e hormonais.
Estratégias para gerenciar a fadiga incluem:
• Gestão de energia: priorizar atividades e dividir tarefas.
• Exercício físico: atividades leves a moderadas como caminhadas, pilates ou yoga.
• Alimentação balanceada: manter uma dieta nutritiva e hidratada.
• Técnicas de relaxamento: meditação, respiração profunda e relaxamento muscular.
• Terapia e apoio psicológico: conversar com psicólogos ou participar de grupos de apoio.
• Gerenciamento de sono: estabelecer uma rotina de sono regular.
• Monitoramento médico: avaliações regulares para ajustar o tratamento conforme necessário.
O tratamento do câncer de mama pode causar diversos efeitos colaterais, incluindo comprometimentos cognitivos conhecidos como “chemobrain”. Este fenômeno envolve dificuldades de pensamento, concentração e memória. A quimioterapia, que destrói células cancerígenas, pode também afetar células cerebrais, causando alterações nas funções cognitivas e dificultando habilidades como memória e raciocínio. Outros fatores como distúrbios do sono, alterações hormonais, estresse e fadiga também contribuem para esses problemas.
Estratégias para lidar com esses desafios incluem:
• Tratar Problemas de Sono: Dormir bem é essencial.
• Manter Dieta Equilibrada: Alimentação saudável apoia a função cognitiva.
• Praticar Exercícios Regulares: Ajuda na saúde geral e cognitiva.
• Socializar: Interações sociais estimulam o cérebro.
• Atividades Cognitivas: Quebra-cabeças e aprender algo novo mantêm o cérebro ativo.
• Organização: Manter compromissos e tarefas organizados.
• Reabilitação Cognitiva: Exercícios e técnicas para melhorar o funcionamento cognitivo.
É essencial buscar apoio emocional e psicológico, como grupos de apoio, terapia e aconselhamento, para lidar com as emoções e o estresse associados ao câncer e seu tratamento. Com o apoio de profissionais de saúde, familiares e amigos, e uma abordagem proativa de autocuidado, é possível enfrentar os problemas cognitivos pós-tratamento e melhorar a qualidade de vida e a recuperação cognitiva.
O câncer de mama pode afetar a sexualidade feminina de várias maneiras. Os tratamentos, como quimioterapia e hormonioterapia, podem causar alterações na imagem corporal e na autoestima, além de levar a uma diminuição do desejo sexual e disfunções como secura vaginal e dor durante o sexo. Mudanças na intimidade com o parceiro também são comuns devido às dificuldades emocionais e à falta de comunicação.
Para lidar com esses desafios, é importante manter uma comunicação aberta com o parceiro, buscar orientação de especialistas em sexualidade, e focar na autoaceitação e no autocuidado. Experimentar novas formas de intimidade e buscar apoio psicológico também pode ser útil. Embora algumas mulheres enfrentem dificuldades, com o suporte adequado e estratégias de enfrentamento, é possível preservar e fortalecer a intimidade durante o tratamento.